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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

As tecelãs...

Foto: "Há dois tipos, reduzindo tudo a um mínimo abrangente, de pessoas no mundo: as que tecem e as que enredam. As tecelãs, são aquelas pessoas que, uma vez tendo recebido da vida os fios, as cores, os desafios, tecem...imaginam formas, intuem resultados, harmonizam cores insuspeitas. Pessoas que, a partir do que a vida lhes dá, manejam com destreza e sabedoria seus instrumentos na intenção de causar algo que fique e que possa ser de bom uso. Ainda que venham fios gastos, ainda que agulhas cheguem às mãos também para eventualmente furar o dedo, ainda que não tenham vindo ao mundo com o Dom de nascença de criar. Pessoas que, mesmo com tesouras velhas ou desprovidas de dedais, conseguem tornar o difícil em arte. Suas palavras costumam ser singelas, seus gestos para com o outro costumam ser plurais. Mesmo que sofram abalos, tiram deles o acerto do ritmo; mesmo que tropecem, tiram do tropeço o aprender da cura dos pés; mesmo que pranteiem, tiram da lágrima o sal necessário e a temperança. 
E há os que Enredam. Que julgam que o amor seja passível, antes, de traição. São desconfiados da vida, descrentes do Universo, temerosos de si mesmos. Pegam os mesmos fios para emaranhá-los, para construir artimanhas, como teias que visam a capturar somente. São aqueles que tiram do Sol, a sombra. Da Lua, a ilusão. Dos vôos, a queda. Pessoas que se deixam envolver por uma imaginação defensiva, que tenta adivinhar quem virá atacar e, já se posicionam em contrário. Mas a vida não ataca. A vida propõe. Oferece. 
Para pessoas tecelãs, vem a festa. O comemorar do desafio proposto e superado. O contemplar da obra infinitiva. O observar o resultado da caminhada, o cicatrizar da ponta do dedo, a validade anciã da tesoura velha e o carinho por tudo que passou. 
Para pessoas enredadoras, fora da festa, o próprio enredo. A própria desconfiança, o medo de si mesmo e dos demais. Postas para deitar em suas teias, elas mesmas se encarregaram de aprontar o leito e revirar a noite. Pensando em coisas que nem vêm...
Tento ser tecelã. Nem sempre alcanço um bordado tão lindo, mas não me privo da gota de sangue dos mesmos dedos que tocam, escrevem, acariciam o rosto lindo da pessoa que amo. Porque prefiro a festa de ter vindo até aqui com mais sorrisos que seriedade, mais temperança que descrença, mais amor que saudade."

Necka Ayala - Cantora, compositora, escritora e encantadora. Amada, irmã, amiga, tecelã...Sis. Amo!



"Há dois tipos, reduzindo tudo a um mínimo abrangente, de pessoas no mundo: as que tecem e as que enredam. , são aquelas pessoas que, uma vez tendo recebido da vida os fios, as cores, os desafios, tecem...imaginam formas, intuem r
esultados, harmonizam cores insuspeitas. Pessoas que, a partir do que a vida lhes dá, manejam com destreza e sabedoria seus instrumentos na intenção de causar algo que fique e que possa ser de bom uso. Ainda que venham fios gastos, ainda que agulhas cheguem às mãos também para eventualmente furar o dedo, ainda que não tenham vindo ao mundo com o Dom de nascença de criar. Pessoas que, mesmo com tesouras velhas ou desprovidas de dedais, conseguem tornar o difícil em arte. Suas palavras costumam ser singelas, seus gestos para com o outro costumam ser plurais. Mesmo que sofram abalos, tiram deles o acerto do ritmo; mesmo que tropecem, tiram do tropeço o aprender da cura dos pés; mesmo que pranteiem, tiram da lágrima o sal necessário e a temperança.
E há os que Enredam. Que julgam que o amor seja passível, antes, de traição. São desconfiados da vida, descrentes do Universo, temerosos de si mesmos. Pegam os mesmos fios para emaranhá-los, para construir artimanhas, como teias que visam a capturar somente. São aqueles que tiram do Sol, a sombra. Da Lua, a ilusão. Dos vôos, a queda. Pessoas que se deixam envolver por uma imaginação defensiva, que tenta adivinhar quem virá atacar e, já se posicionam em contrário. Mas a vida não ataca. A vida propõe. Oferece.
Para pessoas tecelãs, vem a festa. O comemorar do desafio proposto e superado. O contemplar da obra infinitiva. O observar o resultado da caminhada, o cicatrizar da ponta do dedo, a validade anciã da tesoura velha e o carinho por tudo que passou.
Para pessoas enredadoras, fora da festa, o próprio enredo. A própria desconfiança, o medo de si mesmo e dos demais. Postas para deitar em suas teias, elas mesmas se encarregaram de aprontar o leito e revirar a noite. Pensando em coisas que nem vêm...
Tento ser tecelã. Nem sempre alcanço um bordado tão lindo, mas não me privo da gota de sangue dos mesmos dedos que tocam, escrevem, acariciam o rosto lindo da pessoa que amo. Porque prefiro a festa de ter vindo até aqui com mais sorrisos que seriedade, mais temperança que descrença, mais amor que saudade."

Necka Ayala - Cantora, compositora, escritora e encantadora

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Beijos meus cheios de luz, paz, amor, fé e esperança!  









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