Photobucket

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Como a caminhar expôs S. Francisco a Frei Leão as coisas que constituem a perfeita alegria





São Francisco de Assis rogai por nós!


Como a caminhar expôs S. Francisco a Frei Leão 
as coisas que constituem a perfeita alegria


Vindo uma vez São Francisco da cidade de Perusia para Santa Maria dos Anjos com Frei Leão em tempo de inverno, e como o grandíssimo frio fortemente o atormentasse, chamou Frei Leão, o qual ia mais à frente, e disse assim: "Irmão Leão, ainda que o frade menor desse na terra inteira grande exemplo de santidade e de boa edificação, escreve e nota diligentemente que nisso não está a perfeita alegria".

E andando um pouco mais, chama pela segunda vez: "`Santo irmão Leão, ainda que o frade menor desse vista aos cegos, curasse os paralíticos, expulsasse os demônios, fizesse surdos ouvirem e andarem coxos, falarem mudos, e mais ainda, ressuscitasse mortos de quatro dias, escreve que nisso não está a perfeita alegria". E andando um pouco, São Francisco gritou com força: "Ó irmão Leão, se o frade menor soubesse todas as línguas e todas as ciências e todas as escrituras e se soubesse profetizar e revelar não só as coisas futuras, mas até mesmo os segredos das consciências e dos espíritos, escreve que não está nisso a perfeita alegria".

Andando um pouco além, São Francisco chama ainda com força: "Õ irmão Leão, ovelhinha de Deus, ainda que o frade menor falasse com língua de anjo e soubesse o curso das estrelas e as virtudes das ervas; e lhe fossem revelados todos os tesouros da terra e conhecesse as virtudes dos pássaros e dos peixes e de todos os animais e dos homens e das árvores e das pedras e das raízes e das águas, escreve que não está nisso a perfeita alegria".

E caminhando um pouco, São Francisco chamou em alta voz: "Ô irmão Leão, ainda que o frade menor soubesse pregar tão bem que convertesse todos os infiéis à fé cristã, escreve que não está nisso a perfeita alegria".

E durando este modo de falar pelo espaço de duas milhas, Frei Leão, com grande admiração, perguntou-lhe e disse: "Pai, peço-te, da parte de Deus, que me digas onde está a perfeita alegria". E São Francisco assim lhe respondeu: "Quando chegarmos a Santa Maria dos Anjos, inteiramente molhados pela chuva e transidos de frio, cheios de lama e aflitos de fome, e batermos à porta do convento' e o porteiro chegar irritado e disser: 'Quem são vocês?'; e nós dissermos: "'Somos dois dos vossos irmãos', e ele disser: 'Não dizem a verdade; são dois vagabundos que andam enganando o mundo e roubando as esmolas dos pobres; fora daqui'; e não nos abrir e deixar-nos estar ao tempo, à neve e à chuva com frio e fome até à noite: então, se suportarmos tal injúria e tal crueldade, tantos maus tratos, prazenteiramente, sem nos perturbarmos e sem murmurarmos contra ele e pensarmos humildemente e caritativamente que o porteiro verdadeiramente nos tinha reconhecido e que Deus o fez falar contra nós: ó irmão Leão, escreve que nisso está a perfeita alegria.

E se perseverarmos a bater, e ele sair furioso e como a importunos malandros nos expulsar com vilanias e bofetadas dizendo: 'Fora daqui, ladrõezinhos vis, vão para o hospital, porque aqui ninguém lhes dará comida nem cama'; se suportarmos isso pacientemente e com alegria e de bom coração, ó irmão Leão, escreve que nisso está a perfeita alegria. E se ainda, constrangidos pela fome e pelo frio e pela noite, batermos mais e chamarmos e pedirmos pelo amor de Deus com muitas lágrimas que nos abra a porta e nos deixe entrar, e se ele mais escandalizado disser: 'Vagabundos importunos, pagar-lhes-ei como merecem': e sair com um bastão nodoso e nos agarrar pelo capuz e nos atirar ao chão e nos arrastar pela neve e nos bater com o pau de nó em nó: se nós suportarmos todas estas coisas pacientemente e com alegria, pensando nos sofrimentos de Cristo bendito, as quais devemos suportar por seu amor; ó irmão Leão, escreve que aí e nisso está a perfeita alegria, e ouve, pois, a conclusão, irmão Leão.

Acima de todas as graças e de todos os dons do Espírito Santo, os quais Cristo concede aos amigos, está o de vencer-se a si mesmo, e voluntariamente pelo amor suportar trabalhos, injúrias, opróbrios e desprezos, porque de todos os outros dons de Deus não nos podemos gloriar por não serem nossos, mas de Deus, do que diz o Apóstolo: 'Que tens tu que não hajas recebido de Deus? E se dele o recebeste, por que te gloriares como se o tivesses de ti?' Mas na cruz da tribulação de cada aflição nós nos podemos gloriar, porque isso é nosso e assim diz o Apóstolo: "Não me quero gloriar, senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, ao qual sejam dadas honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém."

________________Fioretti de São Francisco / Nelson Porto


fonte aqui




Beijos meus cheios de luz, paz, amor, fé e elsperança! 








4 comentários:

Anônimo disse...

que coisa mais linda e mais sabia!Tbm sou devota de São Francisco mas essa eu ainda não conhecia!Louvado seja meu Senhor por todas as criaturas!ABracos

Roseli disse...

Que linda mensagem. São Francisco rogai por nós.
Conhecendo seu blog querida, sou BU fazendo visitinhas. Beijinhos para ti.
http://artesecarinhobyroseli.blogspot.com.br/

Maria Luiza disse...

Amei! Adorei! Um grande abraço, cheio de saudades!

Maria Luiza disse...

Amei! Adorei! Um grande abraço, cheio de saudades!