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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

"Rabanadas-PN2010- Livro Arroz de Palma indicação-

 Quem não gosta de lá pelas tantas, já invadindo a madrugada do Natal, se deliciar com uma bela e generosa fatia de rabanada?
Eu gosto e muito mesmo por que  enquanto vou degustando minha mente vai viajando no tempo e chego a minha infância. E vão se revelando em mente aquela imagem boa de recordar de vovó Regina mãe de minha mãe, na beira do fogão a lenha, fritando amorosamente as fatias de pão feito em casa embebido no leite com cheirinho de canela e depois ela passava delicadamente no açúcar com canela em pó. E eu na beiradinha do fogão esperando ansiosamente a noite chegar para poder comer tão magnifica iguaria da cozinha portuguesa muito bem aceita por nós brasileiros.
A receita abaixo também foi tirada do "O Grande Livro de Receitas para o Natal" que eu indico para vocês comprarem, esse livro é uma verdadeira relíquia com certeza.


BARRINHAS



Rabanadas::..

Ingredientes::..

1 litro de leite
6 colheres de sopa de açúcar
1/2 limão (APENAS AS CASCAS)
 2 paus de canela
6 ovos
 8 fatias de pão (de forma, francês, ou mesmo pão italiano)
 óleo, açúcar e canela em pó a gosto.
 
Preparo::..

Ferva o leite com o açúcar, a casca de limão e os paus de canela.
Retire do fogo e deixe esfriar. Bata os ovos com um garfo. Passe o pão pelo leite depois pelos ovos.
 Aqueça bem o óleo e frite as fatias de pão dos dois lados. Escorra-as sobre papel absorvente e, a seguir, passe-as por uma mistura de açúcar e canela em pó.
 
Sugestão::..

 Misture 200ml de água com 200g de açúcar, 1 casca de limão e uma colher de café de suco de limão. Leve ao fogo deixe ferver, por cerca de um minuto, em fogo baixo. Desligue o fogo; junte meio cálice de licor BEIRÃO  ou um de sua preferência e meio cálice de Vinho do Porto, misture e tampe. Depois de esfriar, aplique sobre as rabanadas.

BARRINHAS



 " FAMÍLIA É PRATO DIFÍCIL DE PREPARAR"
 DO ROMANCE  ARROZ DE PALMA DE FRANCISCO AZEVEDO

“Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.
E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo. Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida. Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.
Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada. 

O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Meuni; Família ao Molho Pardo, em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é a Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.
Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.” Outras novas receitas virão...

(do Romance "O Arroz de Palma", de Francisco Azevedo) Leia esse livro com certeza você gostar




Beijos de luz, paz, amor, fé e esperança!

Que seu fim de semana seja abençoado e será!

Rosane!

5 comentários:

Rosana Remor disse...

Amei esta receita, pis adora rabanada!!Agora,esta receita de família...perfeita!!Famóloa é esta mistureba mesmo!!Um misto de amor e bagunça,alegria e confusão, mas família é tudo de bom!!Bjs querida!!

Adriana disse...

OI, RÔ!!! Adoro rabanada, vou convidar a Rô, que tá aí em cima, pra fazermos uma pratada!!!!
O texto da família diz tudo da minha!!!

bjs, querida, e obrigada pelo carinho lá no meu blog!!!

Maria Luiza disse...

Ai!Ai! Ai! Não sei dizer o que é mais doce: a rabanada linda ou a família do texto. Rosane, só vc mesma para achar essas coisas tão lindas! Estou doidinha para fazer rabanada, agora, mas só fiz uma vez na vida por insistência de minha filha, há tempos atrás e as achei muito sem graça e gordurosas, mas a que vc postou está maravilhosa e sequinha, e aquele leite para umedecê-las, com aquele temperinho, heim? Excelente! Beijão!

Lucinha disse...

Oi Rô,

Estou com tanta vontade de comer rabanada, que chegou dar água na boca. Estou procurando a canela, mas tá difícil achar. Rabanada sem canela, não é rabanada.rsrs

Minha mãe faz uma rabanada muito gostosa.

Eu gosto de comer no outro dia. Ai que delícia!

Menina, que texto lindo é esse? Parabéns!

Fica na paz!

Anônimo disse...

Wow all I can say is that you are a great writer! Where can I contact you if I want to hire you?