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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"_As mãos de meu avô_"

Meu avô,
 com  noventa e tantos anos, sentado débilmente  no banco do jardim, não se movia. 
Estava cabisbaixo  olhando suas mãos.
Quando me sentei ao seu lado,  não notou minha presença , o tempo  passava, então lhe perguntei se estava  bem.
Finalmente, sem querer incomodá-lo, mas querendo saber como ele estava, lhe perguntei como se sentia. 
Nunca  voltarei  a ver minhas mãos da mesma  maneira. 

Levantou sua  cabeça, me olhou e sorriu. “Estou bem,  obrigado por perguntar”, disse com uma  forte e clara voz. 
Não quis  incomodá-lo avô, mas estavas sentado aqui  simplesmente olhando suas mãos e quis  ter certeza de que estivesse bem, lhe  expliquei. 
Meu avô  me perguntou:  “Alguma vez você já olhou  suas mãos? 
Quero dizer,  realmente olhou suas mãos?”
Lentamente  soltei minhas mãos  das de meu avô,  as abri e as   contemplei. Virei as  palmas para cima e  olhei para baixo.  
Não,  creio que realmente  nunca as havia observado.  Queria saber o que  meu avô queria me dizer.  
Meu  avô sorriu,  e me  contou uma história. 
Pare  e pense um momento sobre como tuas  mãos tem te servido através dos anos. 
Estas  mãos,  ainda que enrugadas,  secas e débeis   tem sido as ferramentas que usei toda  a minha vida para alcançar,  pegar e  abraçar.
Elas  puseram comida em minha  boca e roupa em  meu corpo. 
Quando,  criança,  minha mãe  me ensinou a juntá-las  em oração. 
Elas  amarraram os cadarços  dos meus sapatos,  e  me ajudaram a calçar  minhas botas. Estiveram  sujas,  esfoladas, ásperas  e dobradas. 
Minhas   mãos se mostraram  inábeis quando tentei  embalar minha filha  recém nascida. 
Decoradas  com uma aliança,  mostraram  ao mundo que estava  casado e que amava   alguém muito especial. 
Elas tremeram quando enterrei meus pais e esposa, e quando entrei na igreja com minha filha no dia de seu casamento.
Tem coberto meu rosto, penteado meu cabelo e lavado e limpado todo meu corpo.
E  até hoje, quando quase  nada de mim funciona  bem,  estas mãos me  ajudam a levantar e  a sentar, e se  juntam para orar.
Estas  mãos são as marcas  de onde estive e  a dureza de minha  vida.  Mas,  o mais  importante, é que são  estas mãos que Deus  tomará nas suas quando  me levar a sua  presença.
Desde  então  nunca   mais vi minhas mãos  da mesma maneira. 
Mas  lembro quando Deus esticou  Suas mãos e tomou  as de meu avô  e o levou a Sua  presença.
Cada  vez que vou  usar  minhas mãos penso em  meu avô;  na verdade  nossas mãos são uma  benção.
Hoje  me pergunto: 
O  que estou fazendo com  minhas mãos?
Estarei   usando-as  para  abraçar e expressar  carinho,  ou as estarei  brandindo para expressar  ira e repulsa ao  outros.
Hoje demos graças à Deus  por nossas mãos, somente  aqueles que as tem  sabem o valor que  elas representam em  nossas vidas. 
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De volta a vida cotidiana, mas jamais deixando de refletir tão sábias palavras que vamos recebendo daqui e dali.
 Minha viagem foi simplesmente paradisíaca.
Com calma vou contar e mostrar aos poucos tudo o que vi e aprendi nas Alagoas, terra de homens e mulheres mais que guerreiros.
Terra privilegiada pela natureza esculpida pela mãos de Deus. Onde reina a miséria do povo e a riquesa de poucos. 
 Terra de homens e mulheres com suas mentes prodigiosas que tiram do nada a sua sobrevivência.
 Minha viagem mais que encantadora, mais que um presente de luz de mel pelo meus trinta e cinco de sacramento do meu matrimônio, foi mais, muito mais do que eu poderia ter imaginado, foi mais, muito mais...

 Beijos de uma linda e abençoada semana a todos e todas que por aqui passaram e ainda hão de passar.
Que Deus abençoe a todos(as) que nesses dias mesmo sem mim por aqui me visitaram, mesmo não deixando seus comentários.


Um comentário:

Fernanda Eick disse...

Oi querida!
Seja bem-vinda ao nosso mundinho virtual.
Imagino que tenhas feito uma linda viagem. Tbm estive lá, já algum tempo, mesmo assim acredito que ambas sentimos a mesma coisa, qdo olhamos o enorme contraste entre as belas fachadas dos hotéis à beira-mar e as habilidosas mãos dos gentis e simpáticos pescadores e suas mulheres rendeiras. Verdadeiros heróis sobreviventes, mas que recebem através das mãos de Deus, a benção de morar em um paraíso natural.
Estou ansiosa para saber das tuas descobertas.
Um gde abraço à você e vovô Barba pela cumplicidade destes trinta e cinco anos de união.
Fê.