Como mulher, dona de casa, mãe e amante da culinária e da boa Poesia é que deixar aqui um dos lindos poemas dessa Mulher guerreira ... - CORA CORALINA -
Cora Coralina | |
Nascimento | 20 de agosto de 1889 Cidade de Goiás |
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Morte | 10 de abril de 1985 Goiânia |
Nacionalidade | Brasileira |
Ocupação | Poetisa, contista |
Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985) foi uma poetisa e contista brasileira.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.
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Um dos mais lindos poemas de Cora Coralina. Ontem quando acompanhava a Novena de NS Aparecida, foi citado pelo Bispo que presidia a Celebração.
"Estas mãos"
Cora Coralina canta a beleza das lavadeiras e trabalhadoras comuns, como em "Estas mãos", poema a seguir, em que a poeta procede à estetização das mãos de modo que essas, profundamente identificadas com a matéria do trabalho, vão assumindo os atributos do ofício:
de mulher roceira,
esforçadas mãos cavouqueiras.
Pesadas, de falanges curtas,
sem trato e sem carinho.
Ossudas e grosseiras.
Mãos que jamais calçaram luvas.
Nunca para elas o brilho dos anéis.
Minha pequenina aliança.
Um dia o chamado heróico emocionante:
– Dei Ouro para o Bem de São Paulo.
Mãos que varreram e cozinharam.
Lavaram e estenderam
roupas nos varais.
Pouparam e remendaram.
Mãos domésticas e remendonas.
Íntimas da economia,
do arroz e do feijão
da sua casa.
Do tacho de cobre.
Da panela de barro.
Da acha de lenha.
Da cinza da fornalha.
Que encestavam o velho barreleiro
e faziam sabão.
Minhas mãos doceiras...
Jamais ociosas.
Fecundas, imensas e ocupadas.
Mãos laboriosas.
Abertas sempre para dar, ajudar,
unir e abençoar.
Mãos de semeador afeitas
à sementeira do trabalho.
Minhas mãos raízes
procurando a terra.
Semeando sempre.
Jamais para elas
os júbilos da colheita.
Mãos tenazes e obtusas,
feridas na remoção de pedras e tropeços,
quebrando as arestas da vida.
Mãos alavancas
na escava de construções inconclusas.
Mãos pequenas e curtas de mulher
que nunca encontrou nada na vida.
Caminheira de uma longa estrada.
Sempre a caminhar.
Sozinha a procurar,
o ângulo perdido, a pedra rejeitada.
Por Cora Coralina
Vejam que maravilhoso trabalho de MARI SIMIONATO que penso ilustra maravilhosamente essa preciosidade de Cora Coralina que me encanta.
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Que Deus te abençoe e te guarde sempre e sempre!
Rosane!
Oi!
ResponderExcluirFiquei muito feliz quando li seu recado!
Obrigado pelo carinho!
Mas como achou meu blog?
Me mande email:
mariana.simionato@hotmail.com
beijos!
Paz de JESUS!