Sopa de pedra ????
Ao contrário do que o nome indica, a sopa de pedra é uma sopa com muitos ingredientes, em que a “pedra” é apenas o “pretexto”. Aparentemente, esta sopa encontra-se em muitas culturas ocidentais e tem como base uma lenda ou fábula.
Almeirim, cidade no coração do Ribatejo, é a "capital da sopa da pedra".
Sopa de Pedra é igualmente o título de um livro de banda desenhada, traduzido duma edição estadunidense com o título Stone Soup.
A fábula
Um frade pobre, que andava em peregrinação, chegou a uma casa e, orgulhoso demais para simplesmente pedir comida, pediu aos donos da casa que lhe emprestassem uma panela para ele preparar uma sopa – de pedra... E tirou do seu bornal uma bela pedra lisa e bem lavada. Os donos da casa ficaram curiosos e, de imediato, deixaram entrar o frade para a cozinha e deram-lhe a panela. O frade colocou a panela ao lume só com a pedra, mas logo disse que era preciso temperar a sopa... A dona da casa deu-lhe o sal, mas ele sugeriu que era melhor se fosse um bocado de chouriço ou toucinho. E lá foi o unto para junto da pedra. Então, o frade perguntou se não tinham qualquer coisa para engrossar a sopa , como batatas ou feijão que tivessem restado da refeição anterior... Assim se engrossou a sopa “de pedra”. Juntaram-se couves, cenouras, mais a carne que estava junta com o feijão e, evidentemente, resultou numa excelente sopa.
Comeram juntos a sopa e, no final, o frade retirou cuidadosamente a pedra da panela, lavou-a e voltou a guardá-la no seu bornal... para a sopa seguinte!
Há outras versões desta história. Em uma delas, comum no Brasil, o frade é substituído por um malandro, e a dona da casa é uma senhora conhecida na comunidade por negar auxílio a quem quer que seja. O malandro aposta com um amigo que consegue todos os ingredientes da sopa de graça com a senhora avarenta. Esta, movida pela curiosidade sobre a sopa de pedra, fornece-lhe um a um os ingredientes. Embora a história seja levemente diferente, esta versão passa a mesma moral, que a cooperação pode levar a resultados inesperadamente bons.
Fonte aqui
A versão brasileira mais comum do nosso folclore
O Pedro Malasarte faz parte do nosso folclore. Caipira esperto, estava sempre aprontando alguma arte para pegar os outros. Mas tem um episódio em que o nosso herói desempenha o papel de unificador.
Noitinha, num acampamento de tropeiros, Pedro Malasarte faz uma fogueirinha e coloca encima uma panela de ferro com água e uma pedra dentro. Ao primeiro tropeiro que se achegou, curioso com a culinária, Malasarte fez um comentário afirmando que aquela sopa de pedra ficaria bem melhor se alguém pusesse uma verdurinha. O tropeiro topou contribuir e lá foi a verdurinha pra dentro da panela.
A cada um que chegava, interrogativo, uma nova sugestão de ingrediente e uma nova contribuição – uma carninha, um pedaço de lombo, uma batatinha. Até que foi possível fazer uma bela e suculenta sopa, que fartou a todos aquela noite.
A moral da história não é a esperteza do Malasarte, mas a sua capacidade de aglutinar interesses e fazer com que cada um desse a sua contribuição, que afinal beneficiou todo mundo.
As aventuras de Pedro Malazartes
A Sopa de Pedra
Adaptação de texto de Bia Bedran
Uma vez, Pedro Malazartes, mineiro sanfoneiro, caipira famoso pela sua esperteza, foi chamado para resolver um caso interessante: as crianças de um pé de serra, lugar muito bonito e cheio de hortas e pomares bem cuidados, não queriam comer legumes e verduras de jeito nenhum. Seus pais resolveram pedir para Pedro Malazartes inventar um jeito de elas comerem. E Pedro, com seu jeito manso de Jeca, lá se foi. Reuniu a criançada e pitando seu cigarro de palha, perguntou:
- E aí, meninada! Vamos tomar uma sopa?
As crianças viraram a cara, de má vontade, mas perguntaram de que era a sopa.
- Sopa de Pedra! Minha maravilhosa Sopa de Pedra. Vem gente do mundo inteiro provar...
As crianças ficaram com os olhinhos brilhando de curiosidade. E Pedro continuou:
- Mas para tomar a Sopa de Pedra, prá ela ter maior sabor, vocês têm que ajudar a fazer.
Vamos dividir a turma de vocês em três grupos. O primeiro vai buscar a água do rio e colocar aqui, no meu tacho. Mas tem que ser a água limpinha, lá mesmo da nascente. O segundo grupo vai catar as pedras no rio, mas só podem ser redondas. Oval, triangular ou quadrada não servem. E o terceiro grupo vai pegar legume e verdura da horta...
Lá se foram as crianças, cantando pelo caminho ao executar as suas tarefas:
Minha sopa de pedra
tem melhor sabor...
Boto legume da horta,
só pra dar cor...
Verdura fresquinha,
um bocadinho só...
Boto água do rio,
prá ficar melhor.
E assim, Pedro foi comandando aquela difícil tarefa...
Quando uma criança trazia uma pedra que não era redonda, redondinha mesmo, Pedro mandava voltar. E nisso, o tempo ia passando. As crianças com uma fome!... Iam e voltavam várias vezes da nascente para encher as cumbuquinhas de água limpa e jogar no tacho de Pedro. E os legumes cozinhando, misturando as cores...
E Pedro mexendo e cantando... E as pedras fazendo barulho no fundo. E o cheirinho estava danado de bom... Não é que a Sopa de Pedra cheirava bem?
Quando ficou pronta, as crianças tomaram sofregamente a sopa e adoraram! Um menino, mais esperto, que até parecia filho do Pedro Malazartes, perguntou:
- Pedro, e as pedras?
- Uai, menino! As pedras são pesadas. Ficam no fundo, só para dar gostinho...
Bom dia do amigo a todos(as)!
Rosane!
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