segunda-feira, 9 de junho de 2008

A importância das Sopas, receitinha -sopa creme de palmito -

A importância da sopa

O hábito alimentar de comer sopa está bastante enraizado nas culturas dos povos do sul da Europa desde o período Neolítico. Pensa-se que o início da técnica de cozedura de alimentos em água tenha tido início há cerca de cinco mil anos, aquando da invenção de recipientes à prova de calor, proporcionando vantagens perante a cozedura em ar quente por cima de fogueira comummente usada pelos nossos antepassados.A densidade da água permite-lhe penetrar nos alimentos fácil e rapidamente, o que lhes confere consistência e possibilita temperaturas mais baixas do que a fritura, o assado e o grelhado. Além disso, a cozedura permitiu que se utilizassem partes dos alimentos outrora desperdiçados pela sua dureza, acidez e outras características que os tornavam incomestíveis. Ao mesmo tempo, cozinhar alimentos conjuntamente não só fez o paladar despertar para novos sabores (por exemplo, a libertação de amido pelos cereais) como também se criaram combinações de alimentos cujo paladar é sempre novo e único.A palavra “sopa” tem a sua origem na palavra teutónica suppa, que se refere a um prato medieval (sop) de um estufado espesso que se colocava em fatias de pão.Após a queda do Império Romano, a sopa sobreviveu ao Império Bizantino e também à sua queda para os Turcos Otomanos em 1454 que não limitavam o seu consumo e a elaboravam com abundantes legumes. Nesta altura, as sopas originárias da Ásia Central começaram a aparecer no repertório culinário da nobreza europeia, mas os menos abastados consumiam apenas os cereais que produziam cozidos e em malgas. O chamado caldo era servido à mesa geralmente em tigelas partilhadas por mais do que uma pessoa e sorvido directamente. Pensa-se que inicialmente serviria como molho e para manter a comida quente, sendo os sólidos comidos à parte ou por vezes cortados em pedaços pequenos e consumidos juntos.Já na era moderna, um receituário dedicado exclusivamente às sopas e escrito em 1882 por Emma Ewing referia que aquelas eram «convenientes, económicas, saudáveis e de mais fácil digestão do que qualquer outro cozinhado» e que deveriam «ocupar um lugar de destaque na ciência da culinária».Recentemente foi definida por especialistas da FAO e OMS a quantidade adequada de frutas e produtos hortícolas que um indivíduo adulto deve ingerir diariamente: 400g em forma de três peças de fruta, legumes cozidos ou saladas coloridas no prato da sopa; no entanto, o consumo desta refeição completa e fácil de preparar tem vindo a baixar, uma tendência que deve ser contrariada se pretendemos gozar de boa saúde. De facto, consumir uma sopa que integre não só hortaliças e água, mas também leguminosas, cereais e um pouco de azeite, regula o apetite, impedindo-o de se manifestar em demasia e de se desviar para alimentos menos salutares ricos em gorduras saturadas e açúcares de acção rápida que não saciam a fome por muito tempo nem de forma adequada. Com a oferta de verduras que existe hoje em dia e com a necessidade que o nosso organismo tem de diversidade, não nos devemos limitar a uma sopa que contenha apenas água, sal, azeite, batata e couve; qualquer legume e leguminosa pode (e deve) entrar na composição de uma sopa completa, como por exemplo, as lentilhas, as ervilhas, o feijão azuki, a beterraba, o nabo, a curgete, a beringela, os bróculos, a couve-flor e mesmo miso.Para que te possas inspirar antes de criar algumas da tua autoria, consulta: http://www.centrovegetariano.org/receitas/index.php?cat_id=29
A propósito do projecto de educação alimentar «Sopalândia» que pretende fomentar a adopção de comportamentos e hábitos alimentares saudáveis, sensibilizar as crianças e jovens para a importância da sopa na alimentação quotidiana, promover a recuperação da sopa nos hábitos alimentares das famílias, promover um aumento do consumo de produtos hortícolas por parte das crianças e jovens, aumentar o consumo de sopa integrando-a pelo menos em duas refeições diárias e promover a sopa como entrada da refeição, o nutricionista dr. Miguel Ângelo Rego afirma que «a sopa é o elixir ao longo da juventude» e aponta «… [a] prevenção de doenças cardiovasculares, de vários tipos de cancro e do excesso de peso (...)» como três dos principais problemas de saúde que o consumo diário de sopa ajuda a evitar.Na verdade, segundo um estudo a adultos portugueses pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FNAUP), a sopa diminui risco de obesidade: após avaliação de 40 mil indivíduos, concluiu‑se que a sopa de legumes reduz o risco da doença em 11% nos homens e em 14% nas mulheres. Também pesquisas de J. Raloof publicadas na Science News de 24 de Abril de 1999 apontam o consumo de sopas saudáveis como meio de diminuir o apetite e estimular a perda de peso.Para que todas as vitaminas e minerais dos legumes sejam eficazmente aproveitados pelo nosso organismo, é aconselhável que os consumamos crus ou na sopa. Além de saborosa e reconfortante, esta última tem a grande vantagem de acumular os nutrientes das verduras (quase todos hidrossolúveis) na sua própria água de cozedura, sendo rica em água, fibras, vitaminas (especialmente C e ácido fólico) e minerais.
Uma solução prática para a ter sempre à mão e com todas as vitaminas é fazê-la em grande quantidade numa panela de pressão e, depois de fria, congelá-la em porções suficientes para toda a semana, por exemplo. Em vez de se deitar fora aquela água em que se cozeu os legumes, batatas ou massa, enriquece a sopa com ela, ao mesmo tempo que poupas recursos.A sopa pode também representar uma excelente solução para qualquer pessoa vegetariana ou vegana em qualquer restaurante convencional ou noutras situações sociais. No entanto, convém certificarmo-nos de que a sopa não foi confeccionada com produtos de origem animal como por exemplo, carnes várias (como o consommé e o bouillon), caldos de carne de vaca, de galinha, de peixe, enchidos (caldo verde), marisco ou natas (bisques), ovos ou manteiga (veloutés).

Curiosidade: em certos contextos, a expressão chinesa tiao-geng (temperar a sopa) pode significar “ser ministro de Estado”."Enquanto houver arroz, deve haver sopa. A relação entre a sopa e o arroz é como a relação entre a água e o barco: quando um barco fica encalhado num banco de areia só a água o pode levar novamente para o rio; o arroz navega melhor com sopa. Eu diria mesmo que seria melhor passar sem todos os pratos principais do que passar sem a sopa."(Li Yü, poeta e ensaísta da dinastia Ch`ing)

Referências:http://www.mni.pt/ Jornal de Notícias de 24 de Janeiro de 2006 http://www.arsalgarve.min-saude.pt/ http://www.foodtimeline.org/ http://www.soupsong.com/

Receitinha::- Sopas - Creme de Palmito -


Ingrediente::-

300 gr de palmito picadinho e escorrido

- 2 unidades de palmito em rodelas

- 1 tablete de caldo de legumes dissolvido em 1 xícara de água

- 3 col. de sopa de farinha de trigo

- 1 lt de leite;- 1/2 cebola bem picada

- 2 col. de sopa de manteiga ou margarina

- salsinha picadinha;

- sal a gosto

Modo de fazer::-

Bata em liquidificador o palmito picado, o caldo de legumes, o leite e a farinha de trigo. Em uma panela doure a cebola na manteiga, adicione o creme e mexa até engrossar, corrija o sal. Na hora de servir disponha as rodelas de palmito sobre o creme e, para dar, cor salpique salsinha.

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